quinta-feira, 15 de março de 2018

Morreu Stephen Hawking, uma singularidade no Universo





Para o astrofísico norte-americano Neil de Grasse Tyson, a morte do físico britânico deixava “um vácuo intelectual”. “Que triunfo foi a sua vida”, acrescenta o astrônomo britânico Martin Rees. “Era muito franco e perspicaz, quer nas suas posições científicas quer nas pessoais”, completa o físico português Ricardo Monteiro.
Stephen Hawking, singular a tantos níveis, morreu esta quarta-feira de madrugada na sua casa em Cambridge, aos 76 anos. O físico britânico, um dos nomes da ciência mais prestigiados e o cientista da atualidade mais conhecido em todo o mundo, trouxe um novo olhar sobre os buracos negros, nunca deixando de se indagar sobre a origem do Universo. Ao mesmo tempo que provocava, com humor e intelecto, o que sabíamos sobre o cosmos – tanto junto da academia como do público –, desafiava os próprios limites da vida humana.
Aos 21 anos, foi-lhe dito que sofria de esclerose lateral amiotrófica e que teria dois anos de vida pela frente. A doença veio a afectá-lo gradualmente, ao ponto de conseguir mexer pouco mais do que um dedo e piscar os olhos, mas o físico fintou o diagnóstico pessimista: com a ajuda de uma cadeira de rodas e um sintetizador de voz, ultrapassou em quase cinco décadas o tempo de vida que lhe era dado – sem nunca prescindir de participar na comunidade científica.
“Vivi sob o espectro de uma morte precoce durante os últimos 49 anos. Não tenho medo da morte, mas não tenho pressa de morrer. Há tanta coisa que quero fazer primeiro”, dizia ao jornal The Guardian em 2011, recusando a ideia de uma vida para além da morte – seria “um conto de fadas para pessoas com medo da escuridão”.
Stephen Hawking nasceu em Oxford a 8 de Janeiro de 1942 – precisamente 300 anos depois da morte de Galileu Galilei, como gostava de mencionar – e morreu a 14 de Março deste ano – no dia do nascimento de Albert Einstein há 135 anos, que é também o dia do Pi (3,14).
“Estamos profundamente entristecidos pela morte do nosso pai”, lê-se num comunicado de Lucy, Robert e Tim Hawking, filhos do cientista casado duas vezes, e divulgado esta madrugada. “Foi um grande cientista e um homem extraordinário cujo trabalho e legado sobreviverá durante muitos anos”, diz o comunicado dos filhos citado pelo The Guardian. “A sua coragem e persistência, com a sua inteligência e humor, inspiraram pessoas no mundo inteiro. Ele disse um dia: ‘Isto não seria um grande Universo se não morassem lá as pessoas que amamos".


Vamos sentir a sua falta para sempre.

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